DEFINIÇÃO DA SÍNDROME DO RESPIRADOR BUCAL
Síndrome do respirador bucal = obstrução das vias aéreas superiores que leva o paciente ao hábito de respirar pela boca. Como conseqüência ocorre uma adaptação postural,modificações nas arcadas dentárias e no esqueleto ósseo da face, além de infecções e má oxigenação cerebral.
CAUSAS OBSTRUTIVAS
• Hipertrofia de vegetações adenóides.
• Rinites: alérgica, infecciosa, por drogas, hormonal e idiopática.
• Tonsilite crônica hipertrófica.
• Desvio septal.
• Massas nasais: pólipos, corpos estranhos, tumores.
• Fossas nasais estreitas: síndromes.
• Macroglossias.
NÃO-OBSTRUTIVAS
• Insuficiência labial.
• Hábito vicioso.
SINAIS E SINTOMAS
• Alteração: face, oclusão, postura, equilíbrio e marcha; fonação, dicção, audição, olfato e paladar; mastigação, deglutição.
• Vícios e hábitos.
• Distúrbios de crescimento, desenvolvimento, concentração, atenção, aprendizado e sono.
• Infecções respiratórias.
• Cáries e gengivites.
• Cansaço físico (preguiça) e fadiga.
• Roncos, baba, boca aberta, apnéias noturnas, bruxismo e boca seca.
• Alteração de comportamento: retraimento, prostração e derrotismo.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é feito através de:
1. exame físico: cavidades oral e nasal (endoscópico) e ouvido; exame físico geral;
2. avaliação da função respiratória;
3. exames radiográfico e tomográfico:
• raios X cavum: avaliar o perfil mole da face e o trajeto das vias aéreas;
• raios X dos ossos da face: avaliar crescimento e desenvolvimento dos ossos;
• panorâmicas dentárias;
• raios X da coluna vertebral e dos ossos da mão: avaliar a postura e a idade óssea;
TRATAMENTO
A integração entre as especialidades é imprescindível. A consciência do enfoque interdisciplinar na abordagem desta síndrome é o paradigma norteador do êxito terapêutico. O ideal é interceptar a presença da respiração bucal tão logo seja percebido o processo e interromper o ciclo de compensações e adaptações posturais. O grau de intensidade das alterações estruturais está diretamente relacionado ao tempo de evolução da síndrome e à intensidade da obstrução.
1. Otorrinolaringológico: é o tratamento da causa. Pode ser clínico: rinites; cirúrgico
2. Odontológico: ortodôntico corretivo: através do uso de aparelhos fixos e/ou móveis.
3. Fonoaudiológico: consiste em reabilitação miofuncional e reeducação - conscientização respiratória e postural.
4. Nutricional: consiste em orientar o consumo de alimentos com alto teor calórico; alterar a consistência até a ingesta preferencial de alimentos mais sólidos e evitar dietas cariogênicas.
5. Outros: ortopédico (deformidades); fisioterapêutico (postural); saúde mental (suporte psicológico).
PREVENÇÃO DA SÍNDROME DO RESPIRADOR BUCAL
Inicia-se desde o nascimento:
• estimulando a amamentação materna por período superior a oito meses; em caso de uso de mamadeira, manter o bico original para estimular a sucção, bem como usar bicos ortodônticos;
• desencorajar o uso de chupetas, canudos, chupar dedo e quaisquer outros hábitos viciosos;
• manter boa higiene bucal (inclusive com os dentes decíduos);
• estimular a mastigação correta dos alimentos (lateralização);
• estimular o consumo de alimentos fibrosos, duros e secos e evitar os liquefeitos para exercitar os maxilares;
• estimular exercícios faciais (estalar a língua, assobiar e bochechar).
Fique atenta se seu filho dorme com a boca aberta, ronca, baba durante o sono e tem pesadelos freqüentes. Outros indícios de que a respiração está sendo feita de forma inadequada estão ligados ao sono agitado, olheiras, diminuição de olfato e paladar, sonolência ou agitado durante o dia, assim como dificuldade de aprendizagem ou desconcentração.
Dr. Rodrigo Pêgo, Médico Otorrinolaringologista do CORL e Hospital Salgado Filho, Atendeu o convite para participar do I Simpósio de Transtornos de Aprendizagem do NIACP, e nos enviou um resumo da palestra feita em 12-06-2010 - Alterações na Respiração x Dificuldades de Atenção
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