PROFESSORES SOFREM DE PROBLEMAS VOCAIS
Levantamento publicado pela Fundação Oswaldo Cruz revela que 59% dos professores da rede de ensino apresentam problemas de rouquidão.
Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revela dados alarmantes sobre a saúde da voz dos educadores brasileiros. O estudo, que abordou 750 professores da rede de ensino pública e com média de idade de 34 anos, detectou que 59% apresentavam sintomas de rouquidão. E o mais grave: 25,6% tiveram perda temporária de voz. O levantamento, realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA), foi feito por meio de questionários que indagavam acerca das atividades de trabalho, carga horária semanal, demanda psicológica envolvida nas tarefas e situação da saúde vocal, incluindo queixas de disfonia e presença de sintomas de rouquidão.
Para a análise da saúde vocal, foram consideradas ainda as características do uso da voz, tipos de tratamentos buscados e informações acerca das atividades domésticas. Justificativa para a esmagadora maioria dos pedidos de afastamento e licença médica de professores, os problemas de saúde vocal foram notados pela Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF), após anos de reivindicações por parte dos professores. Desde a primeira quinzena deste mês, 18 mil microfones estão disponíveis a qualquer centro educacional que solicite um aparelho nas Diretorias Regionais de Ensino. Com essa medida, a SEDF espera reduzir o número de licenças médicas e os gastos com despesas na substituição de pessoal. A compra, licitada entre empresas de Brasília, foi uma das medidas que a secretaria tomou em 2009 para melhorar as condições de trabalho dos funcionários da rede pública de ensino. Além dos microfones, lousas de pincel atômico e tablados estão disponíveis nas diretorias. Para o professor Arnaldo César Pinto, que leciona há cinco anos em escolas da rede pública de Planaltina, um dos grandes problemas é o abuso da voz em ocasiões impróprias.
Fonte: Coletivo-DF
Utilizando a declaração do professor Arnaldo César Pinto, ressalto a coerente abordagem da principal questão relacionada aos afastamentos dos professores e a causa das alterações vocais nos docentes tão frequentes.
Os professores ao receberem uma formação específica para atuar em sala de aula, não recebem o preparo que deveriam receber para atuar com sua principal ferramenta de trabalho: a voz. O que mais acontece é aquele professor iniciante, que apresenta alterações de voz no primeiro ano de atuação, ou aquele professor que precisa aumentar sua carga diária de trabalho e apresenta alterações vocais quase que imediatamente ou ainda pior aquele professor com anos de atuação que ao prestar um concurso público ou privado é considerado inapto pois se encontra com nódulos e fendas sem nunca ter tomado conhecimento e desconhecendo os riscos que tal alteração pode provocar.
O mais indicado aos professores é a busca do conhecimento no que se relaciona com sua ferramenta de trabalho, pois esta sim é responsável pelo seu desempenho, relacionamento e atividade de sustento.
Com esse objetivo, o NIACP desenvolveu para os professores o Curso de Oratória Docente, que iniciará no mês de Novembro. Mais informações em breve.
Felipe Ribeiro
Fonoaudiólogo e Psicopedagogo