Seu filho/a está gaguejando? Não se desespere, a gagueira é muito mais comum do que imaginamos e existem formas de ajudarmos nossas crianças.
A gagueira se caracteriza por interrupções involuntárias no fluxo da fala. Essas interrupções se apresentam em forma de repetições, hesitações, bloqueios, prolongamentos, tensões corporais e/ou orofaciais. Trata-se de um distúrbio universal, presente em todas as partes do planeta independentemente da raça, cultura, credo ou situação socioeconômica. A gagueira incide temporariamente em 4% da população e prevalece em 1% da população mundial, numa proporção de quatro pessoas do gênero masculino para uma do gênero feminino.
Crianças na faixa etária compreendida antes da alfabetização estão ativamente aprendendo a falar. Neste processo, é natural que cometam erros de fala. Algumas crianças apresentam mais do que outras e isto é normal. Entretanto, há certas crianças que apresentam muitas hesitações/disfluências - principalmente repetições e prolongamentos de sons, que são facilmente notadas por quem ouve. Neste caso é importante estarmos atentos.
Na maioria dos casos, ela surge entre os dois e quatro anos de idade, e seu desenvolvimento é gradual, mas, em um terço das crianças atingidas, ela começa abruptamente. Tende a ocorrer em famílias onde há membros que gaguejam, ou que gaguejaram, em uma proporção três vezes maior do que em crianças sem histórico familial positivo.
Estudos específicos apontam para a transmissão genética na maioria dos casos. Porém, o fator genético não pode ser considerado como causa única, mas sim como predisposição para esse distúrbio. A gagueira é compreendida como um distúrbio multifatorial de base neurológica.
Se você estiver preocupado/a quanto à possibilidade de desenvolvimento de gagueira em uma crianças, não deixe que ela perceba qualquer atenção especial neste momento. Ao invés disso, procure um fonoaudiólogo especializado em Gagueira/ Linguagem para receber orientações e sugestões.
Muitas das crianças que gaguejam poderão obter remissão total desse quadro, mas ainda não há como o leigo prever quais são as crianças que se encontram nesse grupo. E é exatamente por isso que é fundamental que se faça uma avaliação especializada e, se necessário, se inicie o tratamento o mais cedo possível. Quanto mais rápida e adequada for a intervenção terapêutica, melhores serão os resultados.
Dicas para pais e Professores
1- Não diga para a criança falar mais devagar;
2- Não diga para a criança relaxar;
3- Não diga a criança como respirar;
4- Fale com a criança calmamente, sem pressa, e com pausas freqüentes;
5- Ouça a criança até o fim;
6- Espere alguns segundos tendo certeza que ela concluiu o que ia dizer;
7- Crie dinâmicas na sala de aula para as crianças entenderem que há momentos para falar e para escutar
8- Não interrompa a criança;
9- Não complete as palavras em que ela tem dificuldade;
10- Não subestime e nem o trate de maneira diferente, lembre-se toda criança é igualmente especial;
11-
DICA DE OURO - Não ria, não permita que os outros riam, conscientize alunos e familiares para que a interferência dos ouvintes seja positiva.
Qualquer dúvida busque aconselhamento e avaliação de profissional especializado!
Fonoaudiólogo Especializado em Linguagem.
Texto Adaptado por
Dr. Felipe Ribeiro
Fonoaudiólogo e Psicopedagogo NIACP